
Em meio a pressões para concorrer nas eleições presidenciais, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tem evitado agendas fora do estado para afastar especulações de que será candidato à Presidência da República em 2026.
O governador escalou o vice, Felício Ramuth (PSD), para representar o estado em encontros de governadores no Norte e no Sul do país. Em Belém (PA), Ramuth vai participar, nesta quarta-feira (13/8), de uma reunião sobre a COP-30. Na próxima semana, o vice-governador deverá ir ao Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud) em Curitiba (PR).
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Com exceção do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), o Cosud concentra possíveis candidatos de centro-direita ao Palácio do Planalto nas próximas eleições, como o mineiro Romeu Zema (Novo), o paranaense Ratinho Jr. (PSD) e o gaúcho Eduardo Leite (PSD). Tarcísio participou dos últimos encontros do Consórcio — o último foi realizado em Florianópolis (SC), em novembro do ano passado.
“Se ele faz agenda fora de São Paulo, o pessoal já associa com campanha presidencial e ele quer evitar isso”, disse um auxiliar próximo do governador.
Um secretário afirmou que Tarcísio adotou uma postura “low profile nacional e full profile no estado”. Já outro membro do governado avalia que “seguramente, Tarcísio não quer que o coloquem em campanha presidencial”.
11 imagensFechar modal.1 de 11O governador Tarcísio de Freitas, durante balanço de fim de ano, em 2023Francisco Cepeda/Governo do Estado de SP2 de 11Tarcísio de Freitas, na B3, durante leilão do Trecho Norte do RodoanelGoverno do Estado de São Paulo3 de 11Tarcísio de Freitas e Jair BolsonaroAllan Santos/ PR4 de 11Tarcísio de Freitas com bandeira de Israel na Marcha para JesusValentina Moreira/Metrópoles5 de 11Governador é filiado ao Republicanos Reprodução6 de 11Tarcísio de Freitas em propaganda do PSDReprodução7 de 11Tarcísio e Alexandre de Moraes conversam durante sessão no STFFabio Rodrigues/ Agência Brasil8 de 11Tarcísio de Freitas dá início à operação do Tatuzão nas obra da Linha 2-Verde do Metrô de São Paulo
Francisco Cepeda/Governo de SP9 de 11Tarcísio e o prefeito da capital, Ricardo NunesGildson Di Souza/Prefeitura de São Paulo10 de 11Tarcísio de Freitas participa da Marcha para Jesus em São PauloFabio Vieira/Metrópoles
11 de 11O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), entregando moradia do programa Casa PaulistaCravo Jr./Governo de SP
Impactos do tarifaço
Em julho, as especulações de que Tarcísio seria candidato ao Planalto cresceram após o governador ser anunciado como “presidenciável inequívoco” em painel durante o Fórum Jurídico de Lisboa, evento promovido pelo instituto do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O cenário, porém, ficou mais atribulado nos dias seguintes, quando o presidente americano Donald Trump decidiu que os Estados Unidos iriam taxar produtos brasileiros em 50%. A medida impacta o estado de São Paulo pela pujança na produção industrial e no agronegócio.
Agentes do mercado ficaram ressabiados por enxergarem dificuldade do governador em equilibrar os interesses econômicos do PIB paulista e os desejos políticos do clã Bolsonaro. O estresse também ajudou o governador a concentrar as agendas em São Paulo para demonstrar ao empresariado que está focado nos assuntos do estado.
No fim de semana passada, começou a circular no mercado financeiro o boato de que Jair Bolsonaro (PL) dificilmente iria apoiar Tarcísio à Presidência e que o ex-presidente estaria inclinado a defender a candidatura de alguém da família. Tarcísio foi visitar Bolsonaro, em prisão domiciliar, em Brasília.
Por outro lado, as pressões de líderes do Centrão sobre uma candidatura presidencial para Tarcísio se mantém. O presidente nacional do Progressistas, Ciro Nogueira, tem verbalizado que se o governador de São Paulo for candidato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nem irá concorrer em 2026.
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