Filha de prefeito afastado por corrupção recebeu auxílio emergencial

A filha de Marcelo Lima, prefeito afastado de São Bernardo do Campo por envolvimento em um esquema de corrupção, recebeu auxílio emergencial durante o período d

A filha de Marcelo Lima, prefeito afastado de São Bernardo do Campo por envolvimento em um esquema de corrupção, recebeu auxílio emergencial durante o período da pandemia de Covid, ocasião em que seu pai exercia o cargo de vice-prefeito da cidade do ABC Paulista, na região metropolitana de São Paulo. A informação consta no inquérito da Polícia Federal que investiga o político.
Gabriele Lima dos Santos tem 23 anos e é aluna de medicina. As trocas de mensagens entre Marcelo e Paulo Iran, servidor apontado como operador financeiro do prefeito, indicam que o boleto da faculdade dela, no valor de R$ 8.284,95, era pago com repasses feitos por empresas que mantêm contratos com a Prefeitura de São Bernardo.
5 imagensFechar modal.1 de 5Prefeito de São Bernardo, Marcelo Lima (Podemos) e a filha, Gabriele Lima Reprodução/Instagram2 de 5Marcelo Lima, prefeito afastado de São Bernardo do CampoReprodução/ Instagram3 de 5Marcelo Lima, prefeito de São Bernardo do CampoReprodução/ Instagram4 de 5Prefeito de São Bernardo do Campo, Marcelo Lima, é do PodemosReprodução/ Instagram5 de 5Marcelo LimaDivulgação
As viagens do prefeito e da primeira-dama, Rosângela Lima, assim como os cartões de crédito da família, também eram custeados pelos repasses. Durante uma operação de julho deste ano na casa de Paulo Iran, a Polícia encontrou R$ 14 milhões em espécie, incluindo notas de reais e de dólares, que seriam usados para fazer os pagamentos das despesas pessoais de Marcelo Lima.

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O Metrópoles procurou Gabriele por telefone para obter o outro lado, mas não conseguiu retorno até a publicação desta reportagem. Marcelo Lima também não se pronunciou sobre o o caso. O espaço permanece aberto.

Entenda as acusações contra o prefeito de São Bernardo

Marcelo Lima (Podemos) foi afastado do seu cargo após ser alvo da Operação Estafeta, da Polícia Federal, deflagrada nesta quinta-feira (14/8).
Ele é suspeito de participar de um esquema de corrupção envolvendo as secretarias de Obras e de Saúde do município do ABC paulista, e será monitorado por meio de tornozeleira eletrônica.
As investigações começaram em julho deste ano, a partir da apreensão de R$ 14 milhões em espécie, entre notas de reais e de dólares, no apartamento de Paulo Iran Paulino Costa, assessor parlamentar na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), apontado pela PF como operador financeiro do prefeito de São Bernardo.
Ao todo, a PF cumpriu na manhã desta quinta-feira dois mandados de prisão preventiva e 20 mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, São Bernardo do Campo, Santo André, Mauá e Diadema, todas na Grande São Paulo, além obter as quebras dos sigilos bancário e fiscal dos investigados.

“Boleto da Bibi”
Para organizar a operação financeira, Paulo Iran usava post its com codinomes, onde ele  identificava a origem da propina e o destino dos valores arrecadados. A lápis, ele escrevia informações sobre qual seria o destino de cada quantia de dinheiro, com os códigos “Lixo”, “Saúde” e “U$”. Essas anotações eram fotografadas em um celular paralelo, que ele usava somente para gerir a operação ilegal.
Foi nesse celular que a Polícia Federal encontrou trocas de mensagens entre Paulo e Marcelo Lima registrando o pagamento do boleto da faculdade de Gabriele, apelidada nos post its de “Bibi”.
Os apelidos se estendiam a outros membros da família, com Rosângela Lima, que era chamada de “Zana”. A PF também encontrou fotos de Rosângela e Marcelo no celular de Paulo, além de anotações, que indicam que ele era responsável por comprar passagens aéreas para o casal.
Operador financeiro e primeira-dama trabalharam juntos na Alesp
A Polícia Federal indica que a relação entre o prefeito e Paulo Iran começou em julho de 2022, quando os investigadores encontraram mensagens com Marcelo solicitando que Paulo realizasse pagamentos para ele.
Desde 2022, Paulo Iran trabalha como funcionário comissionado no gabinete do deputado estadual Rodrigo Moraes (PL), onde Rosangela Lima, primeira-dama de São Bernardo, trabalhou por dois anos, até novembro de 2024. Para a PF, a alocação dos dois no gabinete demonstra a influência política de Marcelo Lima, que teria tratado diretamente das nomeações.
“Em síntese, Marcelo de Lima Fernandes emerge como o eixo articulador das movimentações financeiras ilícitas, com Paulo Iran Paulino Costa atuando como seu braço operacional. A documentação e as comunicações revelam um esquema estruturado de arrecadação e distribuição de valores de origem ilícita, dissimulado por anotações informais e comunicações cifradas, tudo sob a supervisão direta do chefe do Executivo municipal”, resume o inquérito da Polícia Federal.
Apesar de ser funcionário na Alesp, Paulo teria como principal ocupação atuar como operador financeiro do prefeito. Em nota ao Metrópoles, o deputado Rodrigo Moraes, disse que tomou “as devidas providências de exoneração para manter transferência, ética e moral para as devidas investigações”.
Prefeitura de São Bernardo se manifesta
Em nota enviada ao Metrópoles, a Prefeitura de São Bernardo informa que irá colaborar com todas as informações necessárias em relação ao caso. A gestão municipal é a principal interessada para que tudo seja devidamente apurado. Reforçamos que o episódio não afeta os serviços na cidade.

Fonte: link original

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Redação

Ricardo Severino, 50, Casado, Jornalista, Radialista, Desenvolvedor Web, Criador de conteúdo - MTB - 95472/SP

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