
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a defender Jair Bolsonaro (PL) e atacou a Justiça brasileira nesta quinta-feira (14/8), durante conversa com jornalistas na Casa Branca. Ao comentar o processo no qual o ex-presidente brasileiro é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, o republicano classificou a ação como uma “execução política” e disse acreditar que Bolsonaro é “um homem honesto”.
“O Brasil tem algumas leis muito ruins acontecendo… Quando eles pegam um presidente e o colocam na prisão ou estão tentando prendê-lo. Eu conheço esse homem e vou lhe dizer — eu sou bom em avaliar pessoas: acho que ele é um homem honesto. Acho que o que fizeram é uma execução política que estão tentando fazer com o Bolsonaro”, afirmou.
Trump também associou a imposição de uma tarifa de 50% a produtos brasileiros ao julgamento do ex-presidente.
Segundo ele, o Brasil é um “péssimo parceiro comercial”, cobrando taxas muito superiores às dos EUA e dificultando o comércio bilateral.
“Eles cobraram tarifas enormes e tornaram tudo muito difícil de fazer. Então, agora estão sendo cobrados 50% de tarifas, e não estão felizes, mas é assim que funciona”, disse.
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“Caça às bruxas”
Não é a primeira vez que o republicano entra em defesa de Jair Bolsonaro.
Em 15 de julho, ele já havia chamado o processo contra o ex-mandatário de “caça às bruxas” e, dois dias depois, publicou uma carta com timbre da Casa Branca em que pedia o fim imediato da ação.
“Eu vi o terrível tratamento que você está recebendo nas mãos de um sistema injusto (…) Este processo deve terminar imediatamente!”, escreveu.
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), Bolsonaro liderou uma organização criminosa armada voltada a desacreditar o sistema eleitoral, incitar ataques a instituições democráticas e articular medidas de exceção. O ex-presidente nega as acusações.
3 imagensFechar modal.1 de 3Bolsonaro e TrumpMark Wilson/Getty Images2 de 3Arte Metrópoles3 de 3O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro (PL)Arte
Relatório de direitos humanos
O tom adotado por Trump também se refletiu no relatório anual de direitos humanos do Departamento de Estado, divulgado na última terça-feira (12/8).
Tal documento afirma que a situação no Brasil “se deteriorou” e acusa o governo Lula e o ministro do STF Alexandre de Moraes de restringirem a liberdade de expressão e bloquearem perfis de apoiadores de Bolsonaro de forma “desproporcional”.
O texto ainda critica a prisão prolongada de envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 e aponta supressão de discursos classificados como “politicamente desfavoráveis”.
Críticas de Lula a Trump
As declarações do norte-americano ocorrem em meio a mais uma escalada nas tensões entre o governo dos EUA e Brasil.
Na véspera, o governo sob a administração de Donald Trump, anunciou sanções a servidores brasileiros ligados ao programa Mais Médicos, acusando-os de cumplicidade com o regime cubano. Em reação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) condenou o embargo dos EUA a Cuba, em vigor há 70 anos, e disse que Trump “não é imperador” e deve “deixar os cubanos viverem em paz”.
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