
Enquanto o Litoral Norte luta para preservar suas praias e ecossistemas, dados alarmantes sobre o saneamento básico no Brasil confirmam um cenário de atraso e profunda desigualdade que ameaça o meio ambiente e a saúde pública em escala nacional. Uma análise recente revela que o país ainda está muito longe de universalizar serviços essenciais, uma realidade que parece pertencer a outro século.
Os números são chocantes e expõem a dimensão do problema:
- Cerca de 32 milhões de brasileiros não têm acesso à água tratada.
- Quase 90 milhões de pessoas não possuem coleta de esgoto, o que significa que seus dejetos são despejados diretamente na natureza.
- Diariamente, o equivalente a 5,5 mil piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento é lançado em rios, lagos e no mar.
Essa falha estrutural não afeta a todos da mesma forma. A desigualdade regional é gritante: enquanto no Sudeste a cobertura de esgoto atinge mais de 80% da população, no Norte do país esse índice não chega a 15%.
Para o Litoral Norte, uma região cuja economia e qualidade de vida dependem diretamente da balneabilidade de suas praias e da saúde de seus ecossistemas, este panorama nacional serve como um alerta constante. A poluição gerada pela falta de saneamento em outras áreas pode ser carregada por correntes marítimas, e a pressão do crescimento populacional e do turismo exige investimentos contínuos para que a nossa região não se torne parte dessas estatísticas negativas.
Os dados confirmam que o saneamento básico é um dos maiores desafios do Brasil e que a universalização do serviço é uma pauta urgente para garantir um futuro mais saudável, justo e sustentável para todos.
Fonte: Valor Econômico