
Uma notícia bizarra acendeu um alerta ambiental em todo o país: a carne de um javaporco caçado no interior ficou com uma coloração azul neon após ser cozida. A causa do fenômeno assustador é um veneno de rato altamente tóxico chamado difacinona. O caso, além de curioso, serve como um grave alerta sobre os riscos desses produtos para a saúde humana e para a fauna do Litoral Norte.
O que é a difacinona e por que a carne ficou azul?
A difacinona é um raticida anticoagulante. Isso significa que ela age impedindo a coagulação do sangue, o que leva o animal que a ingere a morrer por hemorragia interna.
A cor azul neon não vem da reação química do veneno no corpo, mas sim de um corante de segurança que é adicionado à isca. Esse pigmento serve justamente para alertar que o produto não é um alimento e para que seja possível identificar a causa do envenenamento.
O grande perigo para o Litoral Norte
O maior risco da difacinona não é apenas para os ratos. O veneno é bioacumulativo, ou seja, ele se concentra na cadeia alimentar. Um rato envenenado, ao ser predado por outro animal, transfere o veneno para ele.
Para o Litoral Norte, que abriga uma riquíssima biodiversidade na Mata Atlântica, o perigo é imenso. Aves de rapina como gaviões e corujas, pequenos felinos, gambás e até mesmo cães e gatos domésticos podem morrer ao consumir um roedor que ingeriu a isca.
O consumo da carne de um animal contaminado, como o javaporco do caso, é extremamente perigoso para humanos, podendo causar hemorragias graves e até a morte.
O caso serve como um lembrete contundente sobre o uso responsável de raticidas. É fundamental manter as iscas longe do alcance de crianças, animais de estimação e da fauna silvestre, para evitar tragédias.
Fonte: G1 / Meio Ambiente