Redação 
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi condenada a 10 anos de prisão pelo STF | Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
A Justiça italiana programou para esta quarta-feira, 27, uma nova audiência envolvendo o processo de extradição da deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP). O procedimento ocorre depois de sua condenação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e visa decidir sobre o pedido para que ela retorne ao Brasil.
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Detida na Itália desde 29 de julho, Zambelli enfrenta o processo de extradição em virtude da condenação a dez anos de prisão por envolvimento na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A decisão do STF já transitou em julgado e aguarda o andamento do trâmite internacional.
Nova condenação e argumentos da defesa de Zambelli
Além dessa condenação, na sexta-feira 22, o STF aplicou à deputada mais uma pena, desta vez de cinco anos e três meses de reclusão, por ter perseguido, armada, um apoiador do presidente Lula (PT) na véspera do segundo turno das eleições de 2022. A defesa ainda pode apresentar recurso contra essa decisão.
No caso da perseguição armada, os advogados de Zambelli argumentaram que a parlamentar possuía autorização para portar arma e que a questão deveria ser analisada “à luz do estado emocional da acusada, que estava em situação de preocupação e temor por sua segurança e a de seu filho, em razão do recebimento, na noite anterior aos acontecimentos, de diversas mensagens no celular com conteúdo criminoso, incluindo ameaças de morte”.
Quanto ao processo referente à invasão dos sistemas do CNJ, a defesa alegou ausência de provas da participação direta de Zambelli e solicitou a sua absolvição, sustentando que não ficou comprovado seu papel como instigadora dos crimes.
Detalhes dos processos e decisões do STF
No episódio de perseguição, ocorrido em 2022, Zambelli foi flagrada apontando uma arma para um homem nos Jardins, área nobre de São Paulo. A maioria dos ministros do STF seguiu o voto do relator Gilmar Mendes e decidiu pela condenação da deputada, que também resultou na perda do mandato parlamentar. Ainda cabe recurso no próprio Supremo.
Em outro processo, Zambelli já havia sido condenada pela Primeira Turma do STF pela invasão aos sistemas do CNJ, recebendo pena de dez anos de prisão e a obrigação de indenizar em R$ 2 milhões, juntamente com o hacker Walter Delgatti, condenado no mesmo caso.
O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, entendeu que estavam presentes os crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica. A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) apontou que Zambelli e Delgatti teriam coordenado ataques para desacreditar a Justiça e incentivar atos antidemocráticos. Segundo a acusação, ela orientou Delgatti a inserir documentos falsos no sistema, incluindo um falso mandado de prisão contra o próprio Moraes.
Leia também: “A anistia inevitável”, artigo de Augusto Nunes e Branca Nunes publicado na Edição 255 da Revista Oeste
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