Sobe para quatro o número de casos suspeitos de intoxicação por metanol no Vale do Paraíba


Imagem de arquivo – Caipirinha.
Freepik/Reprodução
Subiu para quatro o número de casos suspeitos de intoxicação por metanol no Vale do Paraíba, segundo o Ministério da Saúde. São dois pacientes com sintomas de intoxicação em São José dos Campos, um em Jacareí e um em Lorena. A informação foi confirmada pelo órgão na noite desta segunda-feira (6).
🔍 O metanol é um álcool usado industrialmente em solventes e outros produtos químicos, é altamente perigoso quando ingerido. Inicialmente, ataca o fígado, que o transforma em substâncias tóxicas que comprometem a medula, o cérebro e o nervo óptico, podendo causar cegueira, coma e até morte. Também pode provocar insuficiência pulmonar e renal.
De acordo com o Ministério da Saúde, esses quatro casos são os únicos em investigação no Vale do Paraíba, Serra da Mantiqueira, Litoral Norte e região bragantina.
Em todo o estado de SP, são 15 casos confirmados e 164 em investigação. O estado paulista já soma duas mortes por bebida contaminada com metanol.
A Polícia Civil de São Paulo investiga se os casos de intoxicação por metanol têm como origem garrafas de bebidas destiladas higienizadas com a substância. Esta é a principal linha de investigação das autoridades.
Veja o que se sabe sobre os pacientes com suspeita de intoxicação na região:
São José dos Campos – dois pacientes
Na sexta-feira (3), o Ministério havia divulgado o primeiro caso suspeito da região, de uma paciente de São José. Segundo a prefeitura, se trata de uma mulher de 47 anos que mora na cidade, mas trabalha em Minas Gerais. Ela começou a passar mal após beber gin em uma cidade mineira. A mulher recebeu alta e se recupera em casa.
“A paciente tem 47 anos e relata que comprou gin em um mercado em Minas Gerais e que no dia 28/09 teve sintomas como cólicas abdominais, cefaleia, diarreia e mal-estar geral, fazendo uso de dipirona sem melhora significativa. De volta a São José, ela procurou atendimento médico no Hospital Municipal devido à persistência dos sintomas. Ela foi internada para realização de exames e já teve alta”, informou a prefeitura em nota.
Até o momento, ainda não há informações sobre o estado de saúde do segundo paciente de São José. O g1 acionou a Prefeitura sobre o caso e aguarda retorno.
Jacareí – um paciente
Segundo a Prefeitura de Jacareí, o primeiro paciente com suspeita de intoxicação na cidade é um homem de 26 anos, que mora no Jardim Bela Vista. Ele bebeu cachaça, teve sintomas característicos de intoxicação por metanol e buscou ajuda na UPA Dr Thelmo de Almeida Cruz na sexta-feira (3).
O homem tinha náusea, vômitos e dor abdominal, entre outros sintomas, e foi transferido da UPA para um hospital. Ele foi internado na UTI da Santa Casa da cidade. Com quadro estável, a expectativa era que ele recebesse alta em 48 horas, mas ele deixou o hospital por conta própria.
Lorena – um caso
O g1 acionou a Prefeitura de Lorena sobre o caso, mas ainda não obteve retorno. Não há informações disponíveis sobre o estado de saúde do paciente ou qual bebida ele consumiu.
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Arte/g1
O que é o metanol e por que ele oferece risco à saúde
Diferentemente do etanol — que está presente nas bebidas alcoólicas comuns —, o metanol não é seguro para consumo humano. Sem cheiro, cor ou sabor característicos, pode ser misturado ilegalmente a bebidas sem que o consumidor perceba.
Quando ingerido, o organismo o processa o metanol no fígado, onde se transforma em substâncias altamente tóxicas, como o ácido fórmico.
Os efeitos aparecem rapidamente: visão borrada, tontura, dor abdominal, respiração acelerada e, em casos mais graves, cegueira irreversível, falência de órgãos e morte.
A gravidade depende da quantidade ingerida e da rapidez do atendimento médico, já que o tratamento é considerado uma corrida contra o tempo.
Na última semana, diferentes estados registraram suspeitas de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas adulteradas.
Diante do aumento de ocorrências, o Ministério da Saúde instalou uma Sala de Situação nacional para coordenar as ações com Anvisa, vigilâncias sanitárias estaduais e municipais, além de órgãos como Ministério da Justiça e Ministério da Agricultura.
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Reprodução/TV Globo
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Reprodução/TV Globo
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Fonte: Matéria original

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