
Entre junho de 2024 e julho de 2025, 14,7 milhões de brasileiros tiveram o celular clonado, com o número sendo usado depois para a aplicação de golpes, o que representa 8,7% da população do país, e 1.686 pessoas vítimas a cada hora.
Os dados são de um levantamento feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e o Instituto Datafolha, divulgado nesta quinta (14/8).
Furto e roubo de celular facilita crime
Os pesquisadores destacam que o roubo ou furto do aparelho não é fundamental para que um número seja clonado. Ainda assim, a subtração do celular parece ser um fator facilitador para que crimes virtuais de identidade ocorram.
“Em alguns casos, a posse do celular furtado ou roubado facilita que o autor do crime se passe pelo legítimo proprietário do objeto, o que pode aumentar as chances de enganar outras pessoas. Isso ocorre porque a abordagem feita a partir do aparelho tende a parecer confiável, dificultando que terceiros percebam que se trata de um golpe”, diz o relatório.
De acordo com a pesquisa, o prejuízo médio por pessoa é de R$ 815. O valor não se refere, necessariamente, ao proprietário do número em si, mas a todos que sofrem prejuízos em decorrência do golpe, como amigos e familiares que fazem transferências bancárias solicitadas por criminosos.
Quando agregadas todas as 14,7 milhões de vítimas, o montante chega a R$ 12 bilhões de reais, somente nos últimos 12 meses.
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“Linha de produção” do estelionato
Os pesquisadores chamam de “linha de produção” do estelionato os dados pessoais acessados de forma ilícita após um roubo ou furto de celular.
É o caso de endereço, CPF, fotos, conversas privadas e dados bancários, por exemplo.
Com essas informações em mãos, os criminosos têm facilidade em se passar pela vítima.
A partir disso, os estelionatários buscam novas vítimas, que serão enganadas com base nas informações roubadas.
Além de pedir a amigos e familiares da vítima para que realizem transferências bancárias, os criminosos também podem usar os dados para abrir contas bancárias, contratar serviços e fazer compras on-line em nome da pessoa lesada, gerando dívidas e negativação.
Com esse cenário em mente, o levantamento perguntou de forma inédita aos entrevistados se “alguém se passou por você no ambiente digital (em aplicativos do governo, redes sociais ou aplicativos de mensagens) no último ano”.
Os resultados revelam que 11,4% da população brasileira passou por esse tipo de situação, o que equivale a 19,2 milhões de pessoas.
Conforme o estudo, o impacto financeiro estimado desses eventos chega a R$ 5,3 bilhões.
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