Redação 
O conselho de administração da Americanas anunciou nesta segunda-feira (25/8), por meio de um fato relevante divulgado ao mercado, a eleição de Fernando Dias Soares como novo diretor-presidente da varejista. Ele assumirá o cargo em 1º de outubro. A sucessão, inicialmente planejada para 2026, foi antecipada.
O atual diretor-presidente, Leonardo Coelho, integrará o Comitê Financeiro da companhia, em processo de recuperação judicial.
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Soares foi CEO da Domino’s Pizza no Brasil, onde conduziu o processo de reestruturação da empresa. Ele também passou pela AB-Inbev, onde foi presidente da divisão de bebidas não alcoólicas no Brasil e liderou unidades de negócio na Colômbia, Peru e México. O executivo ingressou na Americanas em setembro de 2024, como vice-presidente da área de operações.
Em entrevista ao Metrópoles, Coelho, o presidente que será substituído, afirmou que “não tem bala de prata”. Ele observou que a companhia vem gradualmente melhorando seus resultados, mas essa é uma transformação “longa e exige tempo”.
“Pano de fundo”
“Esse é o pano de fundo que tem de ser entendido por qualquer investidor da Americanas”, diz. “Ninguém frauda uma companhia que está dando resultado. Então, todo esse processo (a fraude, no caso) era uma resposta ao mercado para esconder uma fragilidade operacional muito grande.” Coelho observou que a troca de guarda na presidência da varejista resulta de um movimento que vinha sendo construído havia mais de um ano.
“Em 2023, o primeiro nível da alta liderança foi afastado e o segundo nível, demitido”, diz. Com isso, Coelho e a atual diretora financeira e de relações com investidores da empresa, Camille Faria, assumiram o comando da empresa e esse foi um ano de “alto nível de centralização”.
Em 2024, as equipes foram sendo renovadas com a chegada de novos executivos. Entre eles, Fernando Soares. “A sucessão, que havia sido planejada para algum momento em 2026, já tinha as condicionantes para acontecer”, acrescenta Coelho.
Mais negócio, menos crise
Soares, por sua vez, também em entrevista ao Metrópoles, disse que, com a mudança, o foco da gestão passa definitivamente da crise para o varejo. Ele acredita que as “alavancas” para a melhoria do desempenho estão sendo construídas.
“Nós começamos revisitando toda a parte de lojas, indicadores operacionais, custo operacional”, diz. “Depois, passamos para uma etapa com fornecedores, nos aproximando deles. Também desenhamos um plano de negócio e mexemos no sortimento (os produtos oferecidos aos clientes).”
Por fim, nota Soares, está em curso um “movimento forte de aproximação com o cliente”. O desafio, agora, é construir um digital, associado ao parque de lojas da companhia, mas que “faça diferença na vida do cliente”.
Quanto à questão da fraude, afirmou Coelho, a Americanas entregou para as autoridades todos os dados para as investigações realizadas pela Polícia Federal, Ministério Público e para o o Comitê Independente de Investigação. “A nossa parte era dar transparência”, afirma. “Agora, estamos acompanhando o caso como parte interessada e vendo o que está faltando de informação para garantir que a denúncia contra os fraudadores ocorra”.
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