Apesar de as chuvas terem diminuído em Caraguatatuba, o índice de acumulado apontado pelos pluviômetros do Cemaden ainda não diminuiu. Na região da Tabatinga o acumulado ainda registra 266mm em 72 horas e no Massaguaçu, 210mm no mesmo período.
A região Sul também tem pontos de alagamento nos bairros Morro do Algodão, Rio Marinas e Perequê Mirim. Equipes da Prefeitura de Caraguatatuba estão nestes locais para auxiliar os moradores no que for necessário.
A principal causa desses alagamentos são as chamadas chuvas de cabeceira, de grande volume, ocorridas no sopé dos morros e projetadas para a planície da cidade, que acabam provocando o transbordo de rios e alagamentos.
O fenômeno meteorológico é considerado atípico e é atribuído à passagem do El Niño, já previsto para 2024 com forte intensidade. O El Niño, fenômeno natural categorizado como uma “anomalia climática” repete-se em intervalos irregulares, que costumam variar entre dois e setes anos. Esse evento climático acontece em razão do aquecimento extremo das águas do Oceano Pacífico.
Quando ocorrem as chuvas de cabeceira, toda a planície é alagada. E, no momento da drenagem, quando a maré está alta, ela atua como uma muralha, impedindo o escoamento. Na madrugada de quinta-feira (25) para sexta-feira, a maré atingiu 1,2 metros, só tendo descido às 8 horas de sexta-feira, atingindo 0,5 metros. São nestes momentos de maré baixa que ocorre a maior possibilidade de drenagem.
O coordenador da Defesa Civil de Caraguatatuba, Campos Junior, falou sobre a preocupação com as chuvas de cabeceira. “O volume de chuva na região da Fazenda Serramar, assim como na Tabatinga, é muito grande e essa água tende a escoar a qualquer momento. A chuva de cabeceira é anormal e, por isso, temos que ter atenção”.
Os sistemas de drenagem implantados pelo município ajudaram no escoamento das águas, mesmo em período de maré alta durante a madrugada.
As equipes da Secretaria de Serviços Públicos também trabalham preventivamente no desassoreamento de valas de drenagem, córregos, rios. Outro trabalho preventivo feito sistematicamente pela Sesep é o de desobstrução de canais de drenagem de bocas-de-lobo.
Drenagem
Segundo o prefeito de Caraguatatuba, Aguilar Junior, todas as equipes da Prefeitura estão de prontidão para atender quaisquer ocorrências que possa surgir por conta das chuvas. “Vamos continuar trabalhando ininterruptamente com equipes de plantão 24 horas”, esclareceu.
Ele destaca a importância de obras contra enchente implantada na cidade, que surtiram efeito imediato. “Pudemos observar que as obras entregues do Pontal Santamarina, do Jardim do Sol e da Avenida Brasília ajudou no escoamento rápido apesar do grande volume de água”.
Aguilar Junior lembra ainda que intervenções importantes estão sendo realizadas na cidade, como as obras contra enchente, entre elas, na Rua Alta Tensão (Perequê-Mirim), bem como em ruas do Golfinhos.
Outra importante intervenção de drenagem para Caraguatatuba, em andamento, é o enrocamento do Rio Juqueriquerê, a maior obra de molhes do Brasil. Mesmo ainda não finalizada, o enrocamento já está beneficiando a drenagem nos bairros do Porto Novo, Barranco Alto, Morro do Algodão e Rio Marinas.
Nos próximos dias serão anunciadas mais intervenções no POD (Programa de Obras de Drenagem) com mais de R$ 50 milhões investidos. Serão beneficiados os seguintes locais: Rua Itália Bafi – Massaguaçu; Rua Henrique Maximiliano – Travessão; Rua Sebastião Francisco – Travessão; Avenida José Cândido Capelli – Porto Novo; Abra de Dentro – Pegorelli; Drenagem Tinga; Drenagem Olaria; Drenagem Cidade Jardim; Rua Alvarenga Peixoto – Aruan; Avenida Avelino Alves – Pegorelli; Drenagem Morro do Algodão; Drenagem Massako Sone; Drenagem Centro; Drenagem Verde Mar; Drenagem Pontal Santamarina; e Drenagem Rio do Ouro.