Comunicação interna: reputação começa dentro de casa

Em tempos de alta exposição, mídias digitais e consumidores cada vez mais atentos aos valores das marcas, é natural que aumente a preocupação acerca do que convencionou-se chamar de “reputação empresarial”.

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Mas, o que nem sempre se destaca é um fato simples e poderoso: a reputação de uma empresa é construída de dentro para fora. E isso passa, inevitavelmente, pela forma como ela se comunica com quem constrói o dia a dia dela — os colaboradores.

A comunicação interna, muitas vezes tratada como canal de recados ou boletim de RH, precisa ser reposicionada como uma alavanca estratégica.

Quando bem trabalhada, ela conecta propósito, cultura organizacional e práticas cotidianas. Ela ajuda as pessoas a entenderem para onde a empresa vai, qual é o seu papel nesse caminho e por que isso importa. Mais do que transmitir informações, trata-se de construir sentido.

E não é só sobre engajamento. Uma comunicação interna robusta, consistente e autêntica pode ser determinante para a imagem externa de uma organização.

Funcionários bem informados, alinhados com os valores e tratados como embaixadores naturais da marca contribuem espontaneamente para a reputação da empresa — seja nas redes sociais, no contato com clientes ou mesmo em conversas informais fora do ambiente de trabalho.

Uma pesquisa recente da McKinsey mostra que empresas com alta performance em comunicação e gestão de pessoas têm até 47% mais retorno para os acionistas.

Já um estudo da Weber Shandwick indica que cerca de 50% da reputação de uma empresa depende do que os colaboradores dizem sobre ela. Ou seja, investir em comunicação interna é, sim, investir em reputação.

É claro que não há uma receita pronta e infalível. Cada empresa tem cultura, estrutura e desafios próprios. O ponto de partida, no entanto, é sempre o mesmo: escutar.

Comunicação interna de verdade é via de mão dupla. É preciso criar canais, espaços e rotinas para ouvir, compreender e dialogar.

A tecnologia ajuda, mas é a sensibilidade humana — aquela que respeita o perfil do capital humano e se alinha aos valores da organização — que faz a diferença.

Mais do que campanhas pontuais ou ferramentas mirabolantes, o que sustenta uma comunicação interna forte é a continuidade. É tratá-la como parte do negócio, conectada às decisões estratégicas e com impacto mensurável.

É reconhecer que cada colaborador bem informado e engajado é também um porta-voz espontâneo — e, muitas vezes, mais poderoso do que qualquer anúncio publicitário.

A reputação da empresa não se constrói apenas com ações externas. Ela começa nos corredores, nas salas de reunião (virtuais ou físicas) e nas conversas do dia a dia.

Começa, sobretudo, na forma como a empresa escolhe se comunicar com as pessoas que estão dentro dela. E empresas que entendem isso tendem a construir não só boas marcas, mas histórias duradouras.

Daniel Queiroz Consani é CEO no Grupo TopRH.

Fonte: Matéria original

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