Sessão levanta suspeitas sobre a real independência do Legislativo e gera revolta na população

A aprovação das contas de 2021 do prefeito de Ilhabela pela Câmara Municipal gerou forte reação entre a população e entidades que acompanham a administração pública. Apesar do parecer técnico do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP), que apontava irregularidades graves, os vereadores aprovaram as contas sem dificuldade.
Em uma sessão dominada por discursos políticos, a análise técnica foi deixada em segundo plano. A maioria dos vereadores justificou o voto favorável ao prefeito com base na sua reeleição em 2024, utilizando o resultado eleitoral como argumento para ignorar os problemas apontados pelo tribunal.
Desconfiança e frustração popular
O posicionamento de vereadores que já tiveram atuações críticas no passado, como Anísio, chamou atenção. Apesar de votar pela aprovação, o parlamentar não apresentou uma justificativa consistente, decepcionando parte dos eleitores que esperavam uma postura firme.
O único voto contrário veio de Manuh Junior, mas também sem uma manifestação pública detalhada, frustrando aqueles que buscavam um contraponto técnico mais contundente.
Nas redes sociais, o sentimento de revolta explodiu, com críticas à sessão, qualificada como uma “encenação legislativa”. Muitos questionam se o Legislativo está realmente fiscalizando o Executivo ou apenas protegendo acordos políticos e garantindo a continuidade de cargos comissionados.
Tentativas de desviar o foco
O próprio prefeito tentou colocar em dúvida a análise do TCE-SP, sugerindo que o tribunal poderia ter cometido falhas em sua fiscalização. No entanto, os apontamentos técnicos detalham problemas graves, como desvios de verbas públicas e falta de execução de obras prometidas, revelando inconsistências na gestão.
O que esperar daqui para frente?
A aprovação das contas encerra momentaneamente a análise legislativa, mas não apaga as dúvidas e insatisfações que ficaram. A sociedade civil promete continuar de olho nos desdobramentos e cobrar responsabilidade dos seus representantes.
A pergunta que permanece é: o Legislativo de Ilhabela está a serviço do povo ou dos interesses políticos?
Fonte: Ricardo Severino
Imagem: Câmara Municipal de Ilhabela