As comunidades tradicionais de Ilhabela, que enfrentam há anos a escassez de água, vivem uma realidade alarmante. Apesar de esforços pontuais da administração pública, como o recente transporte de 2,5 mil litros de água para a Ilha da Vitória, a situação continua crítica. A ação, realizada no dia 8 de outubro pela Prefeitura, com o apoio da Congregação Cristã do Brasil, é uma tentativa de amenizar os efeitos da crise hídrica que se intensificou desde setembro de 2024.
Localizada a cerca de 40 km da sede de Ilhabela, a Ilha da Vitória se destaca como uma das comunidades mais distantes e vulneráveis. O acesso à água potável é um desafio constante, e as iniciativas do poder público, como o envio quinzenal de 40 galões de água e a entrega de 7 mil litros em parceria com a Sabesp, são insuficientes para atender às necessidades da população.
Além das remessas periódicas, a Prefeitura instalou duas bombas de água em setembro, facilitando o transporte do líquido até as áreas mais altas da ilha. No entanto, essas medidas emergenciais não substituem a necessidade urgente de um projeto sustentável e de longo prazo que resolva a questão da falta de água nas comunidades tradicionais.
Entidades religiosas e a sociedade civil têm se mobilizado para ajudar, organizando campanhas de arrecadação de água e alimentos. A solidariedade da comunidade é um reflexo da gravidade da situação, mas a responsabilidade pela solução não pode recair apenas sobre os ombros dos cidadãos. Até o momento, a administração pública não apresentou um plano concreto para suprir a falta de água, deixando os moradores à mercê de ações esporádicas.
Além disso, os moradores da Ilha da Vitória e de Búzios têm a opção de solicitar galões de água gratuitamente na sede da Secretaria das Comunidades Tradicionais, Pesca e Agricultura. Contudo, essa alternativa, embora útil, não é uma solução definitiva para um problema que se arrasta há anos.
As ações atuais da Prefeitura, embora bem-intencionadas, são apenas paliativos diante de uma crise que demanda atenção e comprometimento a longo prazo. É imprescindível que a administração pública desenvolva um projeto abrangente que garanta o acesso à água potável de forma contínua e sustentável, assegurando a qualidade de vida das comunidades tradicionais de Ilhabela. A falta de água não é apenas uma questão de abastecimento, mas um direito fundamental que deve ser garantido a todos os cidadãos.