Conheça os perigos da ocupação irregular em Ilhabela. Saiba por que o descongelamento de áreas de risco pode ter consequências catastróficas.

Editorial: O preço da negligência – ocupação irregular e os riscos em Ilhabela

Editorial: O preço da negligência – ocupação irregular e os riscos em Ilhabela

Um vídeo recente do secretário de Habitação de Ilhabela, Dr. Thiago, reacendeu o debate sobre a ocupação irregular de áreas de risco no município. Ao informar seus eleitores e munícipes sobre o descongelamento de áreas irregulares, ele promete regularizar construções situadas em regiões classificadas como APPs (Áreas de Proteção Permanente) e zonas de risco.

Veja o video da rede social do Secertário:

https://www.instagram.com/reel/DFIbu6tOPts/?igsh=MTN5MmhtcjJ2YWtneA%3D%3D

Embora apresentado como um benefício à população, o descongelamento dessas áreas ignora os graves riscos que motivaram seu congelamento original. Construções em locais como Senzala e Buraco do Morcego não apenas desrespeitam as leis ambientais e de segurança, mas também expõem a população a consequências catastróficas.

Por que as áreas foram congeladas?

O congelamento de áreas de risco ocorre por razões técnicas e preventivas. Locais identificados como vulneráveis a deslizamentos de terra, inundações ou outros desastres naturais são proibidos para ocupação justamente para proteger vidas e o meio ambiente.

Construir em áreas de encosta, sujeitas à erosão ou próximo a cursos d’água, pode:

  • Aumentar a instabilidade do solo, desencadeando deslizamentos;
  • Comprometer a segurança das famílias, levando à destruição de casas e perda de vidas;
  • Agravar a destruição ambiental, eliminando vegetação que atua como barreira natural;
  • Prejudicar infraestruturas urbanas, como estradas, pontes e redes de abastecimento.

Consequências reais: tragédias evitáveis

Exemplos recentes, como o desastre na Vila Sahy, em São Sebastião, mostram o alto custo de ignorar os riscos associados à ocupação irregular. Famílias inteiras perderam suas casas e vidas foram ceifadas em deslizamentos que poderiam ter sido evitados. Ilhabela, ao ignorar as restrições dessas áreas congeladas, corre o risco de repetir essa história trágica.

Além disso, áreas congeladas não são apenas uma recomendação técnica. Seu uso desordenado pode agravar os efeitos das chuvas intensas, inviabilizando ações de resgate e colocando em risco não só os moradores, mas também equipes de socorro.

A gravidade do descumprimento

Em 2019, a Prefeitura de Ilhabela assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público, comprometendo-se a combater o crescimento desordenado e preservar áreas de risco e de proteção ambiental. Ignorar esse compromisso expõe a administração pública a responsabilidades legais e morais.

Segundo a sentença em casos similares, é dever do Município adotar medidas urgentes para preservar vidas e patrimônios, mesmo que o risco pareça incerto. Construções irregulares não são uma solução para a moradia e representam uma ameaça coletiva. A negligência em agir contra essas ocupações pode resultar em sanções judiciais, incluindo multas diárias.

O papel da população e das autoridades

A responsabilidade por evitar tragédias é compartilhada. A população precisa estar ciente dos perigos de comprar terrenos clandestinos em áreas congeladas, que muitas vezes são vendidos de forma ilegal. Ao mesmo tempo, o Município deve priorizar o cumprimento das leis e a fiscalização rigorosa, colocando a segurança da comunidade acima de interesses políticos ou econômicos.

Ilhabela deve escolher entre preservar vidas e o meio ambiente ou arcar com as consequências devastadoras da ocupação desordenada.

Fonte: Apuração baseada em declarações públicas, TAC de 2019 e estudos técnicos sobre áreas de risco


Tags: Ilhabela, áreas de risco, deslizamentos, crescimento desordenado, APPs, TAC Ilhabela

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Ricardo Severino

Ricardo Severino
+30 anos de Experiencia em Comunicação
Profissão: Radialista, Jornalista e Especialista em Estratégias e Analíticos
Formação: Especialização em Estratégias e Analíticos pelo Recode (Google)

Ricardo Severino é um profissional experiente nas áreas de radiodifusão, jornalismo e análise de dados estratégicos. Formado pelo programa de especialização do Recode, instituição apoiada pelo Google, ele possui amplo conhecimento em estratégias e análise de dados aplicados a diversos setores.

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