Membros da “Chapa 1 – APECO Araçá” afirmam ter sido impedidos de votar no local oficial e realizaram uma eleição paralela. A situação gera um impasse sobre a legitimidade do processo e o futuro da entidade comunitária.

O clima foi de alta tensão no último domingo, 31 de agosto de 2025, durante a eleição para a nova presidência da associação de moradores do bairro do Araçá. O processo, que deveria ser um exercício de democracia comunitária, terminou em tumulto e acusações de irregularidades, com um dos grupos concorrentes sendo supostamente impedido de acessar o local de votação, conhecido como “Gringão”. A situação culminou na realização de uma votação improvisada do lado de fora do recinto, cujo resultado agora está no centro de uma grande polêmica.
De acordo com representantes e apoiadores da “Chapa 1 – APECO Araçá”, a comissão eleitoral ou a atual diretoria teria criado impedimentos arbitrários para barrar o acesso de seus eleitores ao local da assembleia. Eles alegam que, diante do que consideraram uma manobra para inviabilizar sua participação, não restou alternativa a não ser organizar uma lista de presença e uma votação em separado, na área externa. Neste pleito paralelo, a Chapa 1 afirma ter conquistado a maioria dos votos dos presentes, declarando-se vitoriosa.
A controvérsia se aprofunda com a circulação de imagens nas redes sociais. Membros da Chapa 1 denunciam que uma foto de seus próprios apoiadores estaria sendo utilizada indevidamente para sustentar a narrativa de que a eleição oficial não teria acontecido por falta de quórum ou por desordem. A chapa de oposição, por sua vez, contesta veementemente essa versão, reforçando que a votação ocorreu e que eles são os legítimos vencedores. O Jornal Voz do Litoral buscou contato com membros da comissão eleitoral e da chapa da situação para obter um contraponto, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto para esclarecimentos.

Do ponto de vista jurídico, o impasse coloca em xeque a validade de todo o processo. O Estatuto Social de uma associação é o documento que rege as regras para a realização de uma eleição, incluindo a convocação da assembleia, a formação da comissão eleitoral, o local e o método de votação. A realização de uma votação fora dos moldes previstos no estatuto, mesmo que com adesão popular, pode ser legalmente contestada. Especialistas em direito associativo apontam que, em casos de grave irregularidade no processo eleitoral, o caminho correto seria a anulação do pleito e a convocação de uma nova assembleia geral extraordinária, muitas vezes com mediação judicial, para garantir a lisura e a legitimidade da nova diretoria eleita. O futuro da associação do Araçá permanece incerto, dependendo dos próximos desdobramentos e de uma possível judicialização da disputa.