O litoral de São Paulo está sofrendo com o aumento do nível do mar, que já chegou a 20 centímetros desde os anos 1950, segundo um estudo do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP). Esse fenômeno é causado pelas mudanças climáticas, que aquecem os oceanos e derretem as geleiras e os mantos de gelo nas regiões polares e montanhosas do mundo.
O avanço do mar traz riscos de inundações, erosão e perda de áreas habitáveis. Um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) alertou que cidades como Santos podem perder mais 5% de seu território até 2050. Diante desse cenário, as cidades litorâneas têm buscado formas de se adaptar e proteger suas praias e populações.
Uma das iniciativas é o Plano Municipal de Mudanças Climáticas de Santos, criado em 2016, que prevê ações de mitigação e adaptação aos efeitos das mudanças climáticas. Em 2018, a cidade foi escolhida para receber um projeto-piloto em parceria com a Unicamp, que consiste na instalação de 49 geobags na Ponta da Praia. As geobags são sacos em formato de “L” que formam uma barreira submersa com 275 metros de comprimento. O objetivo é reduzir a força das ondas e favorecer a acumulação de areia na praia. O monitoramento mostra que já houve um aumento de 8,9 centímetros de altura de areia.
Outras cidades do litoral paulista também têm adotado medidas para conter o avanço do mar, como a construção de muros, a recuperação da vegetação nativa e a educação ambiental. Essas ações são importantes para preservar o meio ambiente e a qualidade de vida das pessoas que vivem no litoral.
Segundo apontado pelo portal Metrópoles:
Preservação da vegetação
A vizinha Guarujá diz que desenvolve o projeto Areia Viva há dois anos e que os estudos, baseados na qualidade sanitária e na movimentação natural da areia de 10 praias, devem ser finalizados até dezembro.
A prefeitura também cita outros projetos, que incluem a preservação do jundu, vegetação típica das proximidades das praias.
A Prefeitura de Caraguatatuba, no litoral norte, afirma que monitora a situação nas praias, aponta aspectos negativos do engordamento da faixa de areia e diz que não foram necessárias, até o momento, intervenções desse porte na cidade.
Em São Vicente, a prefeitura diz que faz estudos há seis meses na Praia dos Milionários e que, a partir dos resultados, definirá o que pode ser adotado.
Construção de muros
A construção de muros para conter o avanço do mar tem sido adotada em Mongaguá, no litoral sul de São Paulo. Segundo a prefeitura da cidade, está em curso a construção das novas muretas de contenção e vias de acesso às praias.
Em Ubatuba, a prefeitura diz que está alinhada a uma série de projetos para monitorar e conter a erosão costeira. Também não descarta os muros na tentativa de evitar o avanço do mar.
Segundo a administração municipal, o projeto está suspenso por tempo indeterminado, já que houve queda de 50% na arrecadação com royalties do petróleo a partir de 2021 – mais de R$ 1 bilhão deixou de entrar no orçamento desde então.
Fonte: Metrópoles – Pesquisa/Redação – Ricardo Severino