
O caso do pastor Eduardo Costa, encontrado usando calcinha e peruca loira pelas ruas de Goiânia, Goiás, ganhou repercussão nas redes sociais e levantou discussões sobre fetiches, preconceito e direito à expressão individual.
Para o produtor de moda e eventos Heitor Werneck, idealizador da festa Luxúria, o uso de lingerie por homens é uma prática mais comum do que se imagina e está diretamente ligada à exploração da própria sexualidade. Segundo ele, o fetiche de usar lingerie envolve erotização no feminino.
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À coluna Fábia Oliveira, ele explicou que muitas vezes o homem admira uma mulher pela meia-liga ou pela calcinha e decide trazer esse elemento para o próprio universo, independentemente da orientação sexual.
3 imagensFechar modal.1 de 3Pastor flagrado de calcinha e perucaReprodução/Leo Dias2 de 3Pastor flagrado de calcinha e peruca diz que fazia investigaçãoReprodução3 de 3Pastor flagrado de calcinha e peruca também é cantor gospelReprodução/YouTube
De acordo com ele, no Projeto Luxúria, há diversos homens que exploram sua feminilidade e também casais monogâmicos que compartilham esse interesse. Heitor destacou que não há nada de anormal em homens usarem lingerie.
“Vários usam calcinha por baixo de ternos ou roupas esportivas. O que não é saudável é sentir culpa por algo que se pratica sem ofender ou agredir ninguém”, afirmou.
O produtor reforçou que usar roupas femininas não é crime. “O que é crime é o perjúrio e a difamação contra alguém que está apenas se expressando. A consensualidade é a base de qualquer prática, e a pessoa tem direito de viver sua sexualidade de forma livre e segura”, disse.
Para ele, quando o fetiche deixa de ser tabu e passa a ser vivenciado sem culpa, muitos homens ganham confiança para expressar essa parte de si até mesmo fora de ambientes privados.
Entenda a polêmica
Um vídeo que começou a viralizar nas redes sociais, na última segunda-feira (11/8), mostrou o bispo Eduardo Costa usando calcinha e peruca loira enquanto caminha próximo a um bar em Goiânia (GO). As imagens, divulgadas pela página Goiânia Mil Graus, rapidamente repercutiram na web e fizeram o líder religioso se pronunciar.
A denunciante afirmou que o pastor “usa o nome de Deus para ganhar dinheiro” e costuma ficar na porta de bares daquela região. Nos comentários do post, internautas disseram reconhecer Eduardo Costa e relataram situações semelhantes envolvendo o religioso.
“Na época, eu trabalhava para ele. A esposa dele, que hoje é ex, pegou ele de vestidinho vermelho perto dos motéis. Foi o maior barraco. Eu vi tudo”, contou uma pessoa.
Diante da repercussão, Eduardo gravou um vídeo com a esposa, missionária Valquíria Costa, para explicar o ocorrido. Segundo ele, o uso da vestimenta foi “para fazer uma investigação pessoal sobre uma situação pessoal”.
“De forma errada, acabei colocando uma peruca e um short para tentar localizar um endereço”, explicou. Eduardo disse ainda que foi filmado por alguém que tentou extorqui-lo depois.
O pastor explicou que a pessoa responsável pelas imagens pediu um pagamento até o meio-dia de segunda-feira (11/8) para não divulgar o vídeo. Ele optou por não ceder à chantagem e garantiu que sua esposa sabia da investigação, embora não de todos os detalhes.
O bispo afirmou que a situação caracteriza “tentativa de constrangimento ilegal e uso indevido de imagem”, mas não informou se tomou alguma medida legal contra a suposta extorsão.
Fonte: link original