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1 de 1 Bomba de combustível abastecendo veículo com combustível Metrópoles
– Foto: KEBEC NOGUEIRA/METRÓPOLES @kebecfotografo
As investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF) na operação Tank, que mira a atuação do crime organizado em postos de gasolina, mostram que um grupo suspeito de fraude fez R$ 594 milhões em depósitos fracionados em espécie.
A operação Tank é uma das três operações deflagradas pelas autoridades nesta quinta-feira (28/8). Duas delas são realizadas pela PF e outra, a Carbono Oculto, é do Ministério Público de São Paulo. As três, no entanto, miram esquemas de lavagem de dinheiro e fraude em combustíveis e a ligação com o crime organizado.
Parte dos alvos da operação Tank também foram alvos da Carbono Oculto, do MPSP, a exemplo de Mohamad Hussein Mourad, empresário apontado como central nos esquemas investigados.
O grupo de Mohamad, segundo os investigadores, atua em toda a cadeia produtiva do setor de combustíveis, desde usinas sucroalcooleiras, passando por distribuidoras, transportadoras, fabricação e refino, armazenagem, rede de postos de combustíveis e conveniências, dentre outros.
Essa capilaridade se deu, segundo as investigações, a partir da compra da formuladora Copape e da distribuidora Aster. Ele também se apresenta como dono da G8 Log, uma empresa de transportes, mas que, conforme a apuração, é uma empresa de fachada usada para “ocultar e blindar a frota de veículos e para a lavagem de capitais”.
A investigação também mostra que ele teria um “vasto patrimônio mobiliário e imobiliário ocultado em empresas de fachada, as denominadas shell companies, bem como em estruturas financeiras mais complexas, com os fundos de investimento”.
A tática dos depósitos fracionados era usada pelo grupo criminoso para lavar o dinheiro e despistar suas origens ilícitas. A investigação também cita, para isso, o uso de “laranjas”, transações cruzadas, repasses sem lastro fiscal e simulação de aquisição de bens e serviços.
Segundo a PF, a operação Tank tem como foco o desmantelamento de uma das maiores redes de lavagem de dinheiro já identificadas no estado do Paraná.
O grupo atuava desde 2019 e é suspeito de ter lavado ao menos R$ 600 milhões, movimentando cerca de R$ 23 bilhões por meio de centenas de empresas, incluindo postos de gasolina, instituições de pagamento, entre outras.
A operação foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (28/8) com o cumprimento de 14 mandados de prisão (leia a lista ao final da reportagem) e 42 mandados de busca e apreensão em diversos estados do país. Até agora, seis pessoas foram presas.
Também foram bloqueados bens e valores de 41 pessoas físicas e 255 jurídicas, totalizando uma constrição patrimonial superior a R$ 1 bilhão.
Leia abaixo a lista dos alvos de mandados de prisão:
- Thiago Augusto de Carvalho Ramos;
- Gerson Lemes;
- Felipe Renan Jacobs
- Renato Renard Gineste
- Rodrigo Renard Gineste
- Ítalo Belon Neto
- Rafael Renard Gineste
- Daniel Dias Lopes
- Roberto Augusto Leme da Silva (“Beto Louco”)
- Miriam Favero Lopes
- Mohamad Hussein Mourad
- Celso Leite Soares
- Rafael Bronzatti Belon
- João Chaves Melchior
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Fonte: Matéria Original