Conheça o único laboratório no mundo, localizado em Ilhabela, que vem desempenhando um papel crucial na produção de alevinos de peixe marinho. Há 16 anos em operação, o laboratório é o único de cunho comercial, abastecendo fazendas marinhas em todo o Brasil e fornecendo suporte às universidades que realizam pesquisas com peixes marinhos.
A mente por trás desse projeto inovador é Cláudia Kerber, veterinária da Redemar, que concebeu o projeto Garoupeta visando repovoar garoupas na região de Ilhabela. Desde a primeira soltura de 10 mil filhotes em 2019, aproximadamente 40 mil animais já foram reintroduzidos entre São Paulo e Rio de Janeiro. O sucesso do projeto foi evidente, com um aumento significativo no volume de garoupas ao final do estudo, triplicando a população desses peixes.
A garoupa, um dos peixes marinhos mais produzidos globalmente, tem destaque especial na Ásia. A técnica de reprodução desenvolvida demandou dez anos de estudos e foi baseada em um método japonês com mais de 200 anos de tradição. Além disso, o programa mostrou que a aquicultura, tanto em águas salgadas quanto doces, é o setor de produção que mais cresce na alimentação humana, atingindo cerca de 130 milhões de toneladas de pescado por ano. No entanto, apesar do potencial natural do Brasil para a produção de peixe marinho, a aquicultura avança em ritmo lento no país.
O laboratório em Ilhabela e o projeto Garoupeta liderado por Cláudia Kerber representam não apenas um marco no esforço de preservação das garoupas, mas também uma oportunidade de impulsionar a indústria da aquicultura no Brasil, aproveitando o vasto litoral e o potencial para produção de peixes marinhos.
Fonte: G1/Globo Repórter – Texto: Ricardo Severino