Ligue 180: SP tem 90 denúncias de violência contra mulher por dia

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Imagem preto e branco de mulher acuada com cabeça apoiada nos joelhos, e sombra de mão masculina com punho fechado. Imagem conceito para violência contra mulher. - Metrópoles
1 de 1 Imagem preto e branco de mulher acuada com cabeça apoiada nos joelhos, e sombra de mão masculina com punho fechado. Imagem conceito para violência contra mulher. – Metrópoles
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Somente nos sete primeiros meses do ano, o estado de São Paulo registrou 19.066 denúncias de violência contra mulher através do Ligue 180. As queixas comunicam 75.836 violências, sobretudo físicas, psicológicas e sexuais. Os dados são do Ministério das Mulheres, e compreendem o período entre 1º de janeiro e 31 de julho de 2025.

Mais de um terço das denúncias (37%) são de violências que ocorrem diariamente, como mostra o portal do ministério. Além disso, 41% das agressões ocorreram na casa da própria vítima, e 31% na casa que ela divide com o agressor.

Para a advogada e presidente da Comissão das Mulheres Advogadas da Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo (OAB-SP), Maíra Recchia, os dados mostram como a violência doméstica prevalece nos casos de agressões contra mulheres e meninas.

“O lugar mais perigoso para as mulheres e crianças é dentro de casa. Onde ela deveria estar mais protegida é onde os números de violência explodem”, disse.

Grande parte das denúncias feitas através do Ligue 180 se refere à violência doméstica, que representa quase 84% dos casos especificados. Dentro dessa classificação, são mais frequentes as violências físicas (61,8%), psicológicas (32,6%) e sexuais (3,8%).

“Onde ela deveria ter amparo, carinho e cuidado, é onde vira um cativeiro de violência, em que ela sofre todo tipo de violência. Isso é muito sintomático, e demonstra o quanto a nossa sociedade já naturalizou esse tipo de conduta, e as mulheres não se sentem protegidas em nenhum lugar”, acrescentou a advogada.


As violências em números

  • No caso de violência física, são mais frequentes as agressões (soco, empurrão, beliscão, puxar o cabelo, atirar objetos, sacudir e apertar os braços), que representam 55% das denúncias.
  • Em seguida, estão as ameaças à vítima e a pessoas e animais de estimação relacionados a ela e sequestro e cárcere privado, que não chegam a 1% do total de queixas.
  • Já no caso de violência psicológica, as ameaças à vítima e a pessoas e animais de estimação relacionados são mais frequentes, representando quase 28% dos casos.
  • Constrangimento (9%) e abandono afetivo e emocional (8%) aparecem em seguida.
  • E, no caso de violência sexual, é mais frequente o estupro de vulnerável, com quase 20% das denúncias, seguido do estupro (individual e/ou corretivo), com 18,5% e importunação sexual, com 17,4%.

Subnotificação persiste

Recchia aponta que há um aumento de denúncias de violência contra a mulher, que chegam pelos mais variados canais: Ligue 180, Disque 100, boletins de ocorrência feitos em delegacias, as representações diretas ao Ministério Público, além de outros meios, como o canal da OAB.

“Esse aumento eu acho que se dá tanto pela crescente na violência quanto também pelo fato de as mulheres agora conseguirem buscar os seus direitos, confiando no sistema de justiça”, afirmou.

Redação

Ricardo Severino, 50, Casado, Jornalista, Radialista, Desenvolvedor Web, Criador de conteúdo - MTB - 95472/SP

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