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Moradores tentam expulsar ONG de reserva ambiental no Amazonas

Moradores da comunidade Santo Antônio, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Rio Negro, no Amazonas, tentam expulsar a ONG Global Thinkers Now (GTN) Brasil. O grupo ergueu e cercou duas casas na área. Uma delas, a “Casa Silva”, é para a realização de atendimentos, enquanto a outra, de 150 m², deveria ser uma escola técnica. Em vez disso, virou a casa do casal que administra a organização.
As informações foram divulgadas pelo portal Uol. De acordo com o veículo, O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) multou a ONG em R$ 56,5 mil e determinou a desocupação dos imóveis. Porém, a entidade recorreu e continua no local.
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A RDS Rio Negro foi criada em 2008. Tem 102,9 mil hectares e ocupa áreas de Iranduba, Manacapuru e Novo Airão. São 19 comunidades tradicionais. O objetivo da unidade é preservar a natureza e garantir as condições de vida e manejo sustentável da população local.
A reserva é uma área pública sob gestão da Secretaria de Meio Ambiente do Amazonas. O órgão, por sua vez, informou que acompanha o caso desde 2024. Em junho de 2025, a fiscalização constatou que as casas “foram construídos sem licenciamento, com danos à vegetação nativa”.
Comunidade acusa ONG de abandonar serviços prometidos
A GTN iniciou atividades no Brasil em 2015 como braço da matriz norte-americana. A ONG diz ser vítima de campanha difamatória da associação local e afirma que pretende permanecer na região.
A presidente da Associação de Produtores Agrícolas da Comunidade do Santo Antônio, Mariete Miranda Pontes, afirmou ao Uol que a organização deixou de prestar os serviços prometidos. “Nós autorizamos a presença, mas eles não fizeram a escola”, disse. “Fizeram foi uma mansão para o casal dono da ONG.”
A associação acionou a Defensoria Pública do Estado, que investiga uma possível violação de direitos coletivos e ambientais. O órgão afirma que, de fato, a comunidade fez um termo de cessão para permitir a construção dos espaços e que, no início, a ONG levou médicos e outros profissionais para atender as pessoas do local. Essa prática não acontece mais, assim como a entrega anual de cestas básicas.
A disputa se estende na Justiça. Em 2024, uma decisão impediu a comunidade de se reunir para deliberar sobre a permanência da GTN. Em maio de 2025, no entanto, a Procuradoria-Geral do Estado suspendeu a medida. A ONG recorreu.
O caso está ligado a uma ação de 2019 na Justiça Federal sobre regularização fundiária da RDS. O processo aguarda estudos de universidades e da Associação Brasileira de Antropologia para definir critérios de tradicionalidade e estabelecer quem pode residir na reserva.
Casal que dirige ONG no Amazonas nega irregularidades
A GTN Brasil se apresenta como entidade missionária adventista. Seu site, em inglês, exibe registros das atividades e solicita doações nos EUA. Quem administra a ONG são os missionários Beatriz e Robert Ritzenthaler. Ela tem dupla cidadania brasileira e norte-americana; enquanto ele é dos EUA.
Em entrevista ao portal, Beatriz reconhece que a casa não tem salas de aula, mas afirma que a comunidade sabia que o imóvel também serviria de moradia. “Quando a gente fez o pedido, foi falado que antes iríamos construir a nossa casa, porque nós somos os professores”, disse. “Isso foi muito claro, e todo mundo concordou.”
Ela atribui os conflitos à saída do ex-presidente da associação, Edilson Martins Pinheiro, do cargo de tesoureiro da ONG. “A verdade é que, a partir dali, passamos a ser alvo de uma campanha difamatória dele e de familiares”, afirma.
Segundo Beatriz, a ONG continua ativa. A missionária diz que chegou a dar aulas de música para crianças da comunidade, mas suspendeu a atividade depois do conflito. Atualmente, ensina apenas para crianças de uma comunidade vizinha.
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