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– Foto: Reprodução/ Instagram
Marcelo de Lima Fernandes, prefeito afastado de São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo, foi formalmente denunciado por corrupção à Justiça. Na denúncia, apresentada pela Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ), nesta segunda (18/8), aparecem ainda o presidente da Câmara Municipal, Danilo Lima de Ramos, o suplente de vereador, Ary José de Oliveira, o operador da organização criminosa, Paulo Iran Paulino Costa, e outras seis pessoas.
De acordo com a denúncia, os envolvidos desviavam recursos públicos por meio de empresas que mantêm vínculos formais com a prefeitura e a Fundação ABC. O esquema teria iniciado em 2022, e vigorado até a última semana, quando foi deflagrada uma operação da Polícia Federal (PF), fruto de uma investigação do Ministério Público de São Paulo (MPSP) contra o bando.
Na quinta-feira (14/8), a PF apreendeu uma “montanha” de dinheiro na operação que mirou o prefeito e seus aliados. Somente Paulo Iran tinha mais de R$ 12 milhões em um ‘bunker’ em sua casa. Ele é considerado peça-chave no esquema e está foragido, após ter a prisão preventiva decretada na quinta.
Buscas
Iran é acusado de pagar, com dinheiro de propina, despesas pessoais da família de Marcelo Lima, como cartão de crédito, passagens aéreas e até faculdade de medicina da filha do prefeito. Na residência do foragido, em junho, os policiais encontraram R$ 14 milhões em dinheiro vivo.
Paulo Iran estava lotado no gabinete do deputado estadual Rodrigo Moraes (PL) e foi exonerado na sexta-feira (15/8). Na quinta-feira (14/8), a pedido da PF, a Justiça decretou a prisão preventiva de Iran, mas ele não foi localizado.
A PF esteve na casa do servidor pela primeira vez dia 7 de junho deste ano, quando apreendeu mais de R$ 12 milhões e US$ 157 mil, além de R$ 583 mil no carro do servidor. Nessa operação, a equipe também encontrou diversas anotações com codinomes para organizar o dinheiro, que era distribuído aos beneficiários em mochilas e caixas de papelão.
Segundo a investigação, Paulo Iran recebia dinheiro de pelo menos 15 empresas dos setores de saúde e obras da Prefeitura de São Bernardo do Campo. Uma delas, a Quality Medical, que também foi alvo da operação policial, é acusada de ter feito R$ 670 mil em repasses.
Para isso, ele se utilizava de um telefone paralelo para trocar mensagens codificadas sobre os valores com ajuda de Antônio Renê da Silva Chagas, funcionário da prefeitura.