O empresário Rodrigo Leonardo de Lima Alcântara (foto em destaque), conhecido como o “Rei da sucata”, voltou ao centro das atenções policiais. Apontado agora como mentor de um esquema bilionário de fraude fiscal e lavagem de dinheiro investigado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), Alcântara já havia sido preso em 2021 em Belo Horizonte, ocasião em que pagou uma das fianças mais altas já aplicadas no Brasil: R$ 1 milhão.
Na época, ele foi acusado de enriquecer como intermediário entre ferros-velhos e grandes indústrias, comercializando toneladas de cobre de origem criminosa. Preso em uma mansão de 3 mil metros quadrados na Pampulha, o empresário ficou pouco tempo atrás das grades e retomou os negócios.
Agora, a PCDF o aponta como o cérebro de um império fantasma estruturado a partir da criação de 31 empresas noteiras, que emitiram mais de R$ 1,96 bilhão em notas frias. O prejuízo direto aos cofres do Distrito Federal já foi calculado em R$ 288 milhões.
As apurações mostram que os negócios foram registrados em nome de empregados do grupo e até de beneficiários de programas sociais. As notas falsas eram repassadas a empresas de fachada em Tocantins, que, por sua vez, abasteciam o núcleo principal sediado em Minas Gerais e com braços em Goiás e Espírito Santo.
Para dar aparência de legalidade ao dinheiro, o esquema investiu em bens de alto valor. Foram adquiridos 90 veículos, um helicóptero, um avião modelo King Air de R$ 10 milhões, além de um haras em Minas Gerais que movimentava cifras 17 vezes maiores que a renda declarada.
A polícia também identificou a utilização de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) como ferramenta de lavagem de dinheiro, numa prática inédita na Delegacia de Crimes Tributários.
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