Redação 
Você já se perguntou por que os pinguins-de-magalhães aparecem nas praias de São Paulo todos os anos? Essas aves marinhas, que vivem na Patagônia Argentina, fazem uma longa viagem pelo Atlântico Sul em busca de alimento e acabam chegando ao litoral brasileiro entre maio e outubro.
Segundo o Instituto Argonauta, responsável pelo resgate e acompanhamento desses animais em Ubatuba, Caraguatatuba, Ilhabela e São Sebastião, o pico da temporada de pinguins começa em julho e segue até o fim de agosto. Neste ano, já foram contabilizados nove registros: seis chegaram mortos, um chegou vivo mas acabou morrendo, e outros dois chegaram vivos e estão recebendo tratamento no projeto.
A bióloga e coordenadora do Instituto Argonauta, Carla Beatriz Barbosa, explica que o número de pinguins que chegam à costa varia de ano a ano. “Varia demais. Em 2020, por exemplo apareceram 500 em apenas 20 dias, e em 2021 foram 100 na temporada toda. O considerado normal é entre 100 e 150, mas neste ano esperamos um número um pouco maior por diferentes motivos3. Um deles é que foram registrados vários nascimentos da espécie nos últimos anos e o perfil de visitas no litoral paulista é de pinguins jovens. Então acreditamos que o número de jovens esteja muito maior”, diz.
Carla também alerta para os desafios e os perigos que os pinguins enfrentam durante a migração. Alguns deles são causados pela interferência humana, como a mudança de temperatura do planeta, a presença de lixo no mar e a contaminação da água. “Ultimamente temos percebido que muitos pinguins têm ficado doentes por conta da contaminação bacteriana causada pela presença do esgoto na água, o que acaba os debilitando”, afirma.
Por isso, é importante saber o que fazer caso você encontre um pinguim na praia. O Instituto Argonauta recomenda:
- Se ele estiver tentando sair da água, dê espaço, pois ele pode estar cansado;
- Se o pinguim estiver na areia, é necessário chamar a equipe de atendimento;
- Não tente devolvê-lo à água8. Se ele veio para a areia, precisa descansar e de cuidados;
- Isole a área para manter o animal afastado de curiosos, cachorros e urubus;
- Se possível fotografe sem flash.
- Toda informação é importante para auxiliar na preservação destes animais.
Os pinguins-de-magalhães são aves marinhas com o corpo adaptado para viverem na água, mas não voam e têm suas asas modificadas em nadadeiras. Eles se alimentam principalmente de peixes, polvos e lulas, além de pequenos crustáceos. Eles são predadores habilidosos na água e usam suas nadadeiras e bicos para capturar suas presas. Segundo o Argonauta, os pinguins-de-magalhães não são polares e, por isso, não estão adaptados a baixas temperaturas.
Por – Ricardo Severino – Blog do Severino
