O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) cumpriu, nesta quinta-feira (14/8), mais uma fase da Operação Patrinus. Dez policiais militares que atuam em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, foram alvos de mandados de prisão e de busca e apreensão. De acordo com a denúncia, os policiais recebiam propina semanal de diversos comerciantes para prestar segurança armada a estabelecimentos durante o expediente no batalhão.
Os agentes são denunciados por organização criminosa instalada no 39º Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro.
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Os mandados expedidos pelo Juízo da Auditoria da Justiça Militar foram cumpridos em endereços na capital, em Duque de Caxias, Belford Roxo, Magé e Nova Iguaçu. A operação conta com o apoio da Corregedoria-Geral da Polícia Militar (CGPM).
Batalhão já foi denunciado
Em julho deste ano, o Grupo de Atuação Especial de Segurança Pública (Gaesp/MPRJ) já havia denunciado outros 11 policiais militares do 39º BPM, acusados de integrar organização criminosa que atuava em esquema semelhante.
Segundo o MPRJ, a nova denúncia atinge integrantes de outro setor da mesma unidade, identificados como responsáveis por cobrança de propina e concessão de “tratamento diferenciado” a comerciantes e prestadores de serviços da região.
A investigação aponta que o esquema configura “verdadeira subversão da lógica da segurança pública” e destaca que “policiais militares, que deveriam proteger a população sem cobrar qualquer valor, recebem, solicitam ou exigem de prestadores de atividades econômicas o pagamento de taxas para, justamente, prover o serviço de segurança, no exercício de suas funções e utilizando-se de viatura, uniforme e armamento da corporação”.
Os lojistas que aderiam ao esquema eram chamados de “padrinhos” e recebiam atenção especial dos policiais militares, que iam aos comércios e guiavam as rotas de policiamento ostensivo de forma que privilegiava esses locais.
Operação Patrinus
Em maio de 2024, na 1ª fase da Operação Patrinus, o MPRJ e a Corregedoria da Polícia Militar prenderam 13 policiais militares acusados de organização criminosa, corrupção passiva e peculato.
De acordo com a denúncia, o grupo vendia armas e drogas apreendidas em operações de combate ao tráfico em Belford Roxo.
Conforme a denúncia do MPRJ, os PMs também cobravam propina para não reprimir irregularidades de motoristas de transporte alternativo e de mototaxistas e exigiam taxas semanais de comerciantes em troca de “proteção”.
O MPRJ alega ainda que os policiais recuperavam carros roubados e retiravam algumas peças antes de registrar as ocorrências nas delegacias. Pneus, rodas e baterias eram vendidos pelos 14 denunciados, segundo a investigação da 2ª Promotoria de Justiça junto à Auditoria Criminal, que teve auxílio da 1ª Promotoria de Justiça e das Varas Criminais de Belford Roxo.
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