
No Dia Mundial de Combate ao Colesterol, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) alerta que o uso indiscriminado de anabolizantes é um fator silencioso de risco cardiovascular, especialmente entre jovens. Anabolizantes são substâncias que se assemelham à testosterona e são usadas para hipertrofia muscular e melhoria do desempenho esportivo ou estética.
Essas substâncias reduzem o HDL, conhecido como colesterol bom, e aumentam o LDL, o colesterol ruim, além de promover resistência à insulina e acúmulo de gordura visceral, fatores associados à síndrome metabólica, que aumenta significativamente o risco cardiovascular.
Um estudo recente publicado na revista Sports Medicine Open analisou 92 fisiculturistas amadores e revelou alta prevalência do uso combinado de esteroides, insulina e hormônio do crescimento. Os resultados mostraram alterações significativas no perfil lipídico e hepático dos usuários, com queda expressiva no colesterol HDL e aumento nas enzimas hepáticas.
Outro levantamento, publicado na revista Reviews in Endocrine and Metabolic Disorders, confirmou que o uso prolongado de esteroides está associado à redução do colesterol HDL e ao aumento do LDL, além de resistência à insulina e maior acúmulo de gordura visceral, configurando a síndrome metabólica, que está fortemente ligada a infartos e AVCs.
Dados da SBEM indicam que cerca de 6,4% dos homens já utilizaram anabolizantes, com taxas ainda mais altas entre frequentadores de academias. O uso de insulina e hormônio do crescimento potencializa os efeitos adversos, e há relatos de infarto precoce em pessoas com menos de 40 anos que utilizam essas substâncias.
A campanha de 2025 para o Dia Mundial de Combate ao Colesterol enfatiza a importância de escolhas conscientes em saúde cardiovascular e a busca por informações de qualidade e acompanhamento médico antes de intervenções que afetem o metabolismo.
Em 2023, o Conselho Federal de Medicina vetou a prescrição de terapias hormonais com esteroides androgênicos e anabolizantes para fins estéticos, devido à falta de comprovação científica de benefícios e segurança. Os efeitos adversos incluem hipertrofia cardíaca, hipertensão, infarto, doenças hepáticas, transtornos mentais e distúrbios endócrinos.
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