A Câmara de São Sebastião decidiu, por unanimidade, na sessão da noite de terça-feira (16/4), acatar o pedido de afastamento por até 90 dias do vereador Diego de Castro Pereira, conhecido como Diego Nabuco, que está enfrentando acusações de assédio sexual por parte de uma ex-assessora parlamentar. O pedido foi realizado pela Comissão de Ética, a qual iniciou o processo de cassação do mandato do parlamentar após receber a denúncia. O vereador nega veementemente as acusações.
A comissão terá até 90 dias para encaminhar ao plenário o pedido de cassação do mandato do vereador, emitindo um novo parecer após ouvir os envolvidos no episódio e a defesa do vereador. Durante o período de afastamento, o vereador não terá permissão para frequentar as dependências do Legislativo.
O presidente da Comissão de Ética, vereador Wagner Teixeira, informou que as audiências serão abertas ao público. O caso tem gerado grande interesse popular, com cerca de 300 pessoas presentes na Câmara e nas proximidades. A transmissão da sessão no Facebook registrou 2,4 mil acessos até o início da manhã.
Caso o parecer seja desfavorável, o processo será arquivado. Por outro lado, se for favorável ao pedido de cassação, a matéria será encaminhada ao plenário, que decidirá a questão, sendo necessários oito votos (2/3 dos parlamentares) para a efetivação da cassação.
O Caso
Segundo reportagem do Radar Litoral, uma ex-assessora do vereador Diego Nabuco registrou na semana passada um boletim de ocorrência na Delegacia de São Sebastião, acusando o vereador de assédio sexual. Em sua denúncia, ela relata que o vereador a chamou para sua sala, onde estaria com “a calça aberta” e na presença de uma mulher nua. Em resposta ao Radar Litoral, o vereador negou as acusações, atribuindo-as ao ano político.
De acordo com o boletim de ocorrência, a vítima relata que, no dia dos acontecimentos, por volta das 14h, estava no Banco Bradesco a pedido do vereador para realizar um depósito e que pouco depois começou a receber mensagens como “Vc demora aí?”. A ex-assessora relata que, ao chegar no gabinete, atendeu duas pessoas e recebeu às 14h27 a mensagem: “se quiser trancar a porta e entrar aqui”.
Ainda segundo seu relato, às 14h32 o vereador enviou a mensagem “sozinha, tranca a frente” e em seguida “vou abrir, vc entra”. Conforme o boletim, quando ela abriu a porta da sala do gabinete, se deparou com o vereador com as calças abertas e uma mulher desconhecida nua à sua frente. A ex-assessora menciona que fechou a porta e que logo recebeu a mensagem “era pra você ficar”, sentindo-se incomodada, o que a levou a pedir exoneração do cargo.
Vereador nega acusações
Em nota, o vereador negou veementemente as acusações. “Boa tarde a todos! Peguei um celular emprestado para postar porque o meu foi hackeado… já tomei as providências cabíveis diante das acusações caluniosas a mim imputadas. Estamos a 5 meses da eleição e pessoas que estão sendo usadas e outras coisas que serão investigadas estão tentando denegrir a nossa imagem… nós decidimos mudar nosso gabinete e após isso os ataques começaram… seguiremos firmes no nosso objetivo. Estou surpreso e triste porque atinge a mim, a minha família e todos nós, mas Deus é maior e iremos provar que não devemos nada… abraço a todos e obrigado por todo carinho e apoio nesse momento. Estou com dengue em casa desde quarta-feira, logo estarei recuperado e de volta falando e trabalhando como sempre fizemos”. Até o momento, ele ainda não se pronunciou sobre o afastamento.
Imagem: Divulgação/ CMSS – Texto: Ricardo Severino
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