Uma vitória histórica para os moradores do Vale do Ribeira acendeu um debate urgente e uma antiga esperança para quem vive no Litoral Norte e na Baixada Santista. O governo estadual sancionou a lei que isenta do pagamento de pedágio os veículos de moradores das cidades do Vale, uma medida que visa reparar o isolamento e fomentar o desenvolvimento daquela região. A conquista, no entanto, levanta uma questão inevitável: por que o mesmo benefício não é estendido aos moradores do Litoral Norte?

Assim como no Vale do Ribeira, os moradores de Caraguatatuba, São Sebastião, Ilhabela e Ubatuba dependem das rodovias pedagiadas para atividades essenciais, como acesso a serviços de saúde, educação e trabalho em outras cidades da região ou no Vale do Paraíba. O custo dos pedágios na Rodovia dos Tamoios e na Rio-Santos representa uma parcela significativa no orçamento mensal de muitas famílias, funcionando como um verdadeiro “muro” que dificulta a integração e encarece a vida no litoral.

A isenção concedida ao Vale do Ribeira foi justificada como uma forma de “justiça social” para uma região com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O Litoral Norte, embora seja um polo turístico, também enfrenta enormes desafios sociais e de infraestrutura, com um custo de vida elevado que é diretamente impactado pelas tarifas de pedágio.

A decisão abre um precedente importante e fortalece o argumento de prefeitos, vereadores e lideranças comunitárias do Litoral Norte que há anos lutam por um tratamento semelhante. A pergunta que fica no ar é: se a isenção é possível para uma região, o que impede que este direito seja garantido também para os cidadãos do nosso litoral?

Fonte: Diário do Litoral

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