Écio Pasca deixou sua marca no futebol paulista – 24/10/2025 – Cotidiano

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Obituário



Paschoal Roberto Benvenuto, o Écio Pasca (1949 – 2025)

Mortes: Deixou sua marca no futebol paulista

  • Écio Pasca foi o precursor no uso de filmagem para estudar time adversário
  • Ele comandou a Portuguesa na melhor campanha da história da Copa São Paulo

24.out.2025 às 15h55


São Paulo

Dos 76 anos vividos por Écio Pasca, 66 foram dedicados ao futebol. Desde seu início, aos 10 anos, nas categorias de base do Palmeiras, teve várias funções, de jogador a dirigente.

Ficou marcado na história da Portuguesa por ter levado o clube do Canindé ao título da Copa São Paulo de Futebol Júnior em 1991 com um time comandado por Dener, Tico e Sinval. Na campanha invicta de nove vitórias, a equipe marcou 32 gols e sofreu apenas 7, até hoje a melhor campanha da competição.

“Ele teve muitos problemas de indisciplina no começo. A molecada era muito avoada. Ele contava que tinha muito talento individual, mas suou muito para formar uma equipe. Ficava até 20h, 21h no Canindé ensinando aquele time para ser a máquina que era”, conta o filho Roberto Kauê, 37, que também seguiu a carreira de jogador e técnico.

Homem de meia-idade veste jaqueta azul escura com detalhes vermelhos e calça cinza, está em campo de futebol com gramado verde. Ao fundo, há jogadores e uma estrutura de arquibancada.

Homem de meia-idade veste jaqueta azul escura com detalhes vermelhos e calça cinza, está em campo de futebol com gramado verde. Ao fundo, há jogadores e uma estrutura de arquibancada.

Paschoal Roberto Benvenuto, o Écio Pasca (1949 – 2025)

Arquivo pessoal

Uma das invenções de Pasca foi o esquema tático conhecido como losango flutuante, que dava mais liberdade a Dener, o craque em ascensão que morreu em acidente de carro três anos depois.

Artilheiro daquela competição com 12 gols, o centroavante Sinval postou uma homenagem ao ex-treinador no Facebook. “Écio Pasca, o homem que falava para nós: ‘Tá bem? Comeu bem? Dormiu bem? Então, vamos jogar e fazer tuk tuk tuk e gollll’. Foi nesse ritmo que ele nos deu disciplina, responsabilidade, companheirismo e confiança para executar nossos sonhos.”

Pasca nasceu e cresceu no bairro da Mooca, na zona leste de São Paulo, em 1949, e foi batizado como Paschoal Roberto Benvenuto. Mas, desde a base, era Écio Pasca, o meia-atacante. Seu irmão, Pedro Benvenuto, também foi jogador de futebol.

Nos 11 anos em que ficou no Palmeiras, conquistou todos os títulos na base e também fez parte da Academia de Futebol ao lado de Ademir da Guia, Luís Pereira e César Maluco de 1967 a 1968. Segundo o filho, Ademir e César aprenderam a dirigir no Mustang de Pasca naquela época.

Ele também jogou por Juventus, Nacional, São Bento e Santo André antes de se aposentar e passar a trabalhar na formação dos jogadores. Foi assim na conquista da Copinha pela Lusa, nos títulos estaduais por Juventus e Nacional e no vice da Copinha em 1984 pelo Corinthians.

Em 1985 também comandou a seleção brasileira infanto-juvenil no vice-campeonato do Torneio de Montaigu, na França. Fora do país, ainda trabalhou no Japão, na seleção olímpica da China e como observador técnico do Como, da Itália.

Em equipes profissionais, ele foi interino em sete jogos do Santos no fim da temporada de 1991 e conquistou o acesso à Série B do Brasileiro pelo Juventus, em 1997.

Outro de seus legados foi ter sido, nos anos 1980, o precursor no uso de filmagens para estudar o adversário, algo comum hoje em dia. E ele também fundou o Santa Catarina Clube em 1986, em Blumenau (SC), que atualmente disputa a primeira divisão estadual. Ele ainda era o presidente de honra da agremiação.

No ano passado, Pasca foi diagnosticado com um tumor na glândula parótida, responsável pela produção de saliva. O tratamento com radioterapia terminou em fevereiro deste ano e ele estava bem, conta o filho. Mas parou de comer e beber água há cerca de 60 dias e morreu no dia 21 de setembro, aos 76 anos, com hipercalcemia (excesso de cálcio) nos ossos e no sangue.

Deixa os filhos Fábio, Malu e Desirée, do primeiro casamento, e Roberto Kauê e Tchelly da segunda união, com Neusa Maria, além de quatro netos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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